2 de maio de 2024, 11h00, Sala Experimental do Teatro Municipal Sá de Miranda, Viana do Castelo

O espetáculo de dia 2 de maio de 2024, pelas 11h00, na Sala Experimental do Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, começou com a chave cartográfica de transmissão “Fraternidade. O Povo é mais ordena. Viva a Liberdade.”. Assistiram cerca de 60 pessoas, da Congregação de Nossa Senhora da Caridade; HS Residences Viana do Castelo - Hotel Geriátrico; Centro Social e Paroquial de Vila Franca do Lima; Centro Social e Paroquial de Areosa. Participaram, lendo, a Natânia Albuquerque, a Mafalda Ribeiro, a Sónia Rego, a Sandra Fontaínhas, a Adelaide Ferreira e a Maria Antónia, que aceitou o desafio de ir a cena ler as palavras de Salgueiro Maia. Pouco depois do início, quando dita a expressão “(...) cortaram-lhe os tornozelos à catanada.” – Uma senhora, sentada nas últimas filas, exclamou “Ai, valha-me Deus!”. Assim que iniciou a conversa final, um senhor levantou-se apoiado numa “canadiana” e depois de fazer sinal com a cabeça a uma senhora, foi saindo da sala, aparentemente desconfortável. Ao passar em frente ao ator, sussurrou-lhe: “Parabéns.” E saiu. Atrás de si, a senhora a quem tinha acenado pediu também para sair e enquanto ajudada pelo ator a descer da plateia, disse-lhe: “Desculpe, mas é que eu vivi isto tudo. O meu marido foi para a guerra em ’63 e eu fiquei com três filhos.”. E saiu. Logo a seguir, na primeira fila, o senhor Manuel Duarte Gonçalves partilhou que esteve em Angola de 1971 a 1973, durante 24 meses e que o Ultramar “Foi muito duro para quem lá foi.”. Que, certo dia, numa operação, andaram lá aos tiros e vieram 15 para cá. Mortos. Disse: “Eu vi a morte à minha frente.”. Disse ainda que quando foi para Angola já era casado e que teve dois irmãos que também combateram na Guerra Colonial, um na Guiné e outro em Mueda, em Moçambique. Convidados a comporem uma frase para encerrar aquela representação e ser transmitida no início da representação seguinte, a Maria Antónia sugeriu “Coragem”; a Sandra Fontaínhas acrescentou “Liberdade” e uma senhora sentada na última fila acrescentou “Grândola Vila Morena”. Disse ainda: “Gosto tanto dessa canção.”. Foi assim acordada a frase com que encerrou a representação: “Coragem. Liberdade. Grândola vila morena.”. Já depois do ator sair, o público entoou um excerto de Grândola Vila Morena enquanto saía da sala.