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5 de maio de 2024, 16h00, Sala Experimental do Teatro Municipal Sá de Miranda, Viana do Castelo


No espetáculo de 5 de maio de 2024, às 16h00, na Sala Experimental do Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, assistiram cerca de 25 pessoas. Leram a Laurentina Torres da Costa, o José Barbosa, a Antonieta Brito, a Rita Costa, a Margarida Ribeiro e o Jorge Gonçalves que aceitou o desafio de ler em cena as palavras de Salgueiro Maia. Na conversa, Antonieta Brito disse que agradecia pela terceira vez, pois tinha visto o monólogo “24A74 – Salgueiro Maia” duas vezes e formulou o desejo que os homens, sobretudo as gerações que nasceram já em liberdade saibam viver e preservar a liberdade conquistada. João Correia felicitou e agradeceu à Companhia pelo trabalho cuja qualidade a ele não surpreende e que ele tinha 14 anos no 25 de Abril e que depois do 25 de Abril ficou a saber melhor como se vivia antes da Liberdade, assim como das coisas más que existiam como a guerra e felizmente houve pessoas como Salgueiro Maia. Acrescentou que gostou muito do que viu e ouviu, pois ficou a saber ainda mais sobre esse grande homem e disse que o texto que era importante que o texto que foi dito fosse conhecido, para que mais pessoas pudessem também ficar a saber mais sobre aquele tema. Finalizou dizendo que confirmou algo que aprendeu na sua vida profissional, na Casa Manuel Espregueira e Oliveira, a máxima que “boas pessoas dão bons profissionais e más pessoas, más profissionais” e confirmava ali essa máxima com o Ricardo. José Barbosa disse que tinha 17 anos quando aconteceu o 25 de Abril e que esse acontecimento o marcou até hoje e continua a marcar assim como ver um espetáculo como o de hoje é também exemplo que o 25 de Abril foi a coisa mais bonita que aconteceu em Portugal e até no mundo. Disse ainda que o mais o marcou foi aquilo que foi o PREC, período durante o qual, e apesar dos excessos que houve, de vários quadrantes, cada pessoa viveu a sua liberdade, da forma que a sentia naquele momento e que isso foi extraordinário e marcante. Júlia Pinto afirmou que gostou muito do espetáculo e que, enquanto cunhada do ator, até em contexto de família, já tinham falado várias vezes do trabalho que o Ricardo fazia sobre Salgueiro Maia e que hoje teve a oportunidade de ver, acrescentando que estava emocionada e com dificuldade em exprimir-se. Né Basto disse que sempre foi admirador de Salgueiro Maia e que, no ano passado, esteve em Castelo de Vide, tendo ficado impressionado com a devoção que a população de Castelo de Vide tem por Salgueiro Maia, nomeadamente patente no castelo local que alberga um museu dedicado ao Capitão de Abril. Disse que teve ocasião de fotografar tudo quanto viu no museu e que agora, e sobre o ator, ficava com uma admiração ainda maior do que aquela que já tinha e felicitava-o por aquele trabalho. Jorge Gonçalves partilhou que nasceu em 1970 em Moçambique e que viveu a situação dos dois lados. Agradeceu ao ator pelo espetáculo e disse que sentiu que, como criança, foi defendido pelos soldados portugueses, que muitos morreram para defender crianças como ele e que lhes está grato pela liberdade que tem hoje. Que foi muito complicado porque depois dos portugueses regressarem eles viveram momentos muito difíceis. Ele veio num Boeing 747, na ponte aérea, com escala em Angola e depois para Lisboa. O pai tinha passaporte diplomático e também não teve problemas em sair de Moçambique mas a mãe não. A mãe, no aeroporto, foi chamada de “preta traidora” porque era casada com um branco e que teve um carimbo no seu passaporte dizendo “Expulsa da República Popular de Moçambique”. Disse que a situação foi muito difícil e que lamenta a forma como muitos combatentes morreram e a forma como o país os trata ainda hoje. Instados a comporem uma frase, os presentes propuseram várias palavras e expressões que foram fixadas como chave cartográfica de transmissão: Emoção. Liberdade. Democracia. Música. Paixão. Portugal. Honra. Amor ao próximo. Determinação. Povo.

 
 

1 Comment


Luiz Roberto Peel Furtado de Oliveira
Luiz Roberto Peel Furtado de Oliveira
May 16, 2024

Participei do espetáculo de ontem, 15 de maio, e gostei muito. Gostaria apenas de dizer uma coisa: cartografar é considerar nomes e lugares, mas é, também, respeitar relações e ações - constituindo-se como experimentação imanente; cartografar é transduzir afectos, emoções e perceptos!!!

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