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9 de abril de 2024, 10h30, Auditório da Escola Básica e Secundária Pintor José de Brito, Santa Marta de Portuzelo, Viana do Castelo.


Participaram cerca de 60 alunos e 5 professores dos quais leram: o Resende, o Pedro, a Marta, a Beatriz, o Gabriel e a Tatiana, que foi corajosa ao ponto de aceitar o desafio que lhe fiz para que tomasse o meu lugar em cena e lesse, ao mesmo tempo que eu me sentei na plateia. Juntos, escutámos as célebres palavras que Salgueiro Maia dirigiu aos homens da Escola Prática de Cavalaria de Santarém na noite de 24 de abril de 1974, quando lhes revelou que uma revolução estava iminente e instou, apenas aqueles que o quisessem fazer de forma voluntária, a juntarem-se a ele e, juntos, marcharem sobre Lisboa e ajudarem a derrubar o regime.

Terminado o texto, durante a conversa, um professor partilhou o facto de ser natural de Ponta Delgada e que tinha 12 anos quando Salgueiro Maia esteve colocado nos Açores. No entanto, só soube disso quando já era adulto. Mas lembra-se que, enquanto aluno do Ciclo Preparatório, diariamente passava em frente do edifício militar em que estava colocado Salgueiro Maia, pelo que ainda hoje tem como incógnita se, eventualmente, não se terá, alguma vez, cruzado com ele, sem saber.

No final, os presentes criaram uma frase para ser transmitida no início da próxima representação do espetáculo. O Duarte propôs: “A liberdade é parte de ser humano”. Posta à votação, a mesma foi aprovada apenas com a abstenção do próprio Duarte. Um professor perguntou se podia ainda acrescentar uma ideia à proposta inicial: “Nem que seja apenas no silêncio”. Porque uma pessoa pode ser livre mesmo que o seja apenas para si, no silêncio. Ou, mesmo não podendo exercer a sua liberdade, pode sempre ser livre em pensamento. Tendo sido reaberta a votação, a frase “A liberdade é parte de ser humano. Nem que apenas no silêncio.”, foi aprovada. Desta vez, por unanimidade.

 
 

1 Comment


jcpp2265
Apr 18, 2024

Na Pintor José de Brito, foi sobretudo uma conversa com os estudantes, em que as crónicas do capitão de abril se entrecruzaram com a própria vivência do ator, ao longo dos últimos 10 anos. Os alunos foram convidados a ler passagens do registo pessoal de Salgueiro Maia onde ficaram patentes as marcas de uma vida assaz atribulada. Transparece no texto uma impressionante capacidade de mostrar o sofrimento, do próprio e de todos aqueles que o rodeavam. Anti-herói por opção própria, Salgueiro Maia viria a falecer de cancro com apenas 47 anos de idade.

José Pacheco


Ler mais: https://biblioapjb.webnode.pt/

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